segunda-feira, 2 de março de 2015

SITE DO PROF. GIL MATTOS

Ola Sangue Bom !!!

Este blog ficará de stand by e a partir de 01/03 você estará fazendo suas pesquisas e estudos de Literatura em meu novo espaço , desta vez um Site e não mais o blog que sempre usei

Site do Prof. Gil Mattos
( clique para acessar o site )

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

BLOG EM RECONSTRUÇÃO

Estou reorganizando meu blog.

Em breve estaremos com uma funcionalidade maior para que todos possam estudar e pesquisar neste espaço


Bora sangue bom !!!!

domingo, 7 de setembro de 2014

ENEM - Dicas para a SEGUNDA GERAÇÃO MODERNISTA ( prosa ) - 1930-1945

Galera sangue bom .
Deixo aqui duas dicas importantes para o ENEM.
Leia com atenção.



Bora sangue bom !!!

                                              ( tela de Portinari - pintor brasileiro )
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II GERAÇÃO DO MODERNISMO – 1930-1945



Depois da Semana de Arte Moderna, a ideia de "Modernismo" - ou seja, de novas atitudes artísticas contra a arte encarada como artificial, contra tudo o que os escritores consideravam "velho"- parecia não ter sido totalmente absorvida e a literatura no Brasil parecia não ter mudado tanto quanto se pretendia. 

Entretanto, alguns intelectuais de várias regiões começaram a manifestar-se: a verdadeira arte moderna devia retratar criticamente um Brasil mais abrangente, que mal se conhecia, cujas desigualdades sociais fossem retratadas com vigor num realismo próprio do século 20. A arte literária, segundo vários intelectuais, devia sair dos "salões aristocráticos de São Paulo", quer dizer, devia abandonar o contato apenas com o urbano, influenciado pelas vanguardas europeias.

Em 1926, ocorre um congresso em Recife e nele se encontram escritores do Nordeste; estes se dispõem, aos poucos, a fazer uma prosa regional consistente e participativa. É dessas primeiras manifestações que surgirá um dos momentos mais autênticos da literatura brasileira, o Romance de 30.

Esta nova literatura em prosa será antifascista e anticapitalista, extremamente vigorosa e crítica. Os livros didáticos a chamam com vários nomes: "Romance de 30" (porque é o início cronológico da nova literatura); romance neo-realista(porque essas obras conseguiram renovar e modernizar o realismo/naturalismo do século 19, enriquecendo-o com preocupações psicológicas e sociais) ouromance regionalista moderno (porque escapa das metrópoles e vai ao Brasil regional, preso ainda a antinomias dos séculos anteriores).

A adesão ao socialismo impôs aos escritores da época, às vezes de forma radical, fórmulas de compreensão do homem em sociedade. Os romancistas, imbuídos do sentimento de missão política, queriam mostrar as tensões que transformavam ou destruíam os homens - aliás, um tema universal e sempre vivo na literatura. 



Mas o fato é que sem os modernistas de 1922 (1ª geração), dificilmente os modernistas de 1930 (2ª geração) teriam conseguido o feito literário e social que obtiveram, porque aqueles foram os primeiros que provocaram a atualização da "inteligência" brasileira, foram eles que trouxeram para a literatura o fato não-literário e a oralidade, que tanto beneficiou o realismo seco dos escritores regionalistas, dando-lhes maior autenticidade.





QUESTÃO 01

Entre os artistas que se destacaram no cenário artístico nacional, podemos destacar Graciliano Ramos, compondo a segunda fase do Modernismo, sobretudo na prosa. Assim, entre as magníficas obras que criara, uma delas se destaca pela temática voltada para o regionalismo brasileiro - Vidas Secas. Acerca dela, procure explicitar algumas particularidades relacionadas à temática trabalhada pelo autor em questão, enfatizando, sobretudo, os posicionamentos ideológicos por ele firmados – oriundos de todo um contexto social dominante. Para facilitar seu posicionamento frente à questão, propusemo-nos em descrever uma passagem:
A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida.
[...]
Sinha Vitória fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, que adivinhavam desgraça e não se cansavam de repetir a mesma pergunta: — Vão bulir com a Baleia?
[...]
Ela era como uma pessoa da família: brincavam juntos os três, para bem dizer não se diferençavam, rebolavam na areia do rio e no estrume fofo que ia subindo, ameaçava cobrir o chiqueiro das cabras.
Quiseram mexer na taramela e abrir a porta, mas sinha Vitória levou-os para a cama de varas, deitou-os e esforçou-se por tapar-lhes os ouvidos: prendeu a cabeça do mais velho entre as coxas e espalmou as mãos nas orelhas do segundo. Como os pequenos resistissem, aperreou-se e tratou de subjugá-los, resmungando com energia.
Ela também tinha o coração pesado, mas resignava-se: naturalmente a decisão de Fabiano era necessária e justa. Pobre da Baleia.
[...]



Sobre o excerto acima de Vidas Secas podemos considerar como corretas:



I-             O autor demonstra claramente sua indignação acerca das intempéries que circundavam a realidade circundante, agiu assim como o fizeram todos os artistas que trabalharam a temática social, sobretudo os pertencentes à segunda geração modernista. Naquela época, o que se via era um Nordeste situado em meio à fome, à miséria, à decadência do ciclo canavieiro. Um Nordeste desenhado por retirantes em busca de sobrevivência, assim como a família de Fabiano, personagem do romance que demarcou para sempre a história da Literatura brasileira de todo os tempos.

II-           Em face da situação em que viviam, as pessoas eram tipificadas a um estado de coisa, retratadas nitidamente pela figura dos dois filhos de Fabiano, os quais nem nome possuíam.

III-          Outro aspecto, também trabalhado pela genialidade do escritor, foi a ironia – recurso esse que ele encontrou para justamente expressar a forma como se sentia enquanto ser humano subordinado ao poderio da classe política, voltada somente para a concentração de bens da classe dominante. Nada melhor que Baleia, simbolizando algo forte, robusto, e Sinhá Vitória, que literalmente, simbolizava, só que de modo oposto, o fracasso do ser humano, permeado nas entranhas do próprio destino.





a)    I e II certas   b) I , II e III certas  c) I e III certas d) II e III certas  e) apenas I certa




QUESTÃO 02 

 Leia o fragmento abaixo transcrito da obra “Vidas Secas” e responda à questão a seguir:

Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se aguentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes, utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos – exclamações, onomatopeias. Na verdade falava pouco. Admira as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.
(Graciliano Ramos)
No texto, a referência aos pés:

(A) Constitui uma valorização do mundo cultural e o mundo físico do personagem.

(B) Acentua a rudeza do personagem, em nível físico. O texto reforça assim a perda de valores do personagem.

(C) Justifica-se como preparação para o fato de que o personagem não estava preparado para caminhada.

(D) Serve para demonstrar a capacidade de pensar do personagem.



QUESTÃO 03



Leia com atenção o texto retirado da obra Vidas Secas de Graciliano Ramos

Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos
[...]
Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanhacado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.
 



I-              Perceba a força narrativa com que o narrador descreve a cena cruel, de retirantes exaustos sob o sol, a família silenciosa e triste, com a qual ele se solidariza ("os infelizes")

II-             A lentidão proposital da narrativa é a superação difícil do caminho sob o sol (para onde vai quem não tem terras?) e a secura descritiva reproduz o silêncio dos que estão exaustos

III-            Essa é a seca vida do herói - agora um anti-herói -, humilhado e vencido pelo meio hostil.



a)    I , II e III certas   b) I e  II certas  c) I e III certas d) II e III certas  e) apenas I certa



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Uma outra obra importante do período



Gabriela, cravo e canela ( Jorge Amado )
Crônica de uma cidade do interior

     Vinda do agreste, Gabriela chega a Ilhéus em 1925, em busca de trabalho. É levada do “mercado dos escravos”, lugar onde acampam os retirantes, pelo árabe Nacib. O dono do bar Vesúvio não atenta de imediato para a beleza da moça, escondida sob os trapos e a poeira do caminho. Não tarda, porém, a descobrir que ela tem a cor da canela e o cheiro do cravo. Em breve, todos os homens da cidade vão se render aos encantos de Gabriela.
     Ela assume a cozinha do bar, e o Vesúvio ferve por conta do tempero e da presença inebriante de Gabriela. Apaixonado, o ciumento Nacib decide que o melhor é se casar. Gabriela passa a ter obrigações que não combinam com seu espírito livre e rústico. No entanto, não se deixa subjugar. Nacib a flagra na cama com Tonico Bastos e manda anular o casamento. Mas Gabriela ainda voltará a ser sua cozinheira e a freqüentar sua cama.
     Gabriela, cravo e canela narra o caso de amor entre o árabe Nacib e a sertaneja Gabriela e compõe uma crônica do período áureo do cacau na região de Ilhéus. Além do quadro de costumes, o livro descreve alterações profundas na vida social da Bahia dos anos 1920: a abertura do porto aos grandes navios leva à ascensão do exportador carioca Mundinho Falcão e ao declínio dos coronéis, como Ramiro Bastos. É Gabriela quem personifica as transformações de uma sociedade patriarcal, arcaica e autoritária, convulsionada pelos sopros de renovação cultural, política e econômica
.



Gabriela, cravo e canela inaugura uma nova fase na obra de Jorge Amado. A partir deste romance, o autor atenua o conteúdo político que marcou seus primeiros livros para dar ênfase à mistura racial, ao erotismo e a uma percepção sensorial do mundo. Ganham destaque as personagens femininas: as mulheres passam ao centro das narrativas como mito sexual, mas também como agentes do próprio desejo.
     Gabriela, cravo e canela foi o primeiro livro escrito por Jorge Amado depois de deixar o Partido Comunista. Publicado em 1958, o romance recebeu no ano seguinte os prêmios Machado de Assis e Jabuti. Pouco depois, em 1961, Jorge Amado seria eleito para a Academia Brasileira de Letras, em grande parte graças ao estrondoso sucesso do livro. Gabriela virou novela da TV Tupi, em 1961, e mais tarde da rede Globo, em 1975. Traduzido para mais de trinta idiomas, Gabriela, cravo e canela é o livro de Jorge Amado com o maior número de traduções.



QUESTÃO 04

Leia o texto que segue, de Jorge Amado, e responda ao que se pede.



Naquele ano de 1925, quando floresceu o idílio da mulata Gabriela e do árabe Nacib, a estação das chuvas tanto se prolongara além do normal e necessário que os fazendeiros, como um bando assustado, cruzavam-se nas ruas a perguntar uns aos outros nos olhos e na voz: Será que não vai parar? Referiam-se às chuvas, nunca se vira tanta água descendo dos céus, dia e noite, quase sem intervalos. Mais uma semana e estará tudo em perigo. A safra inteira. Meu Deus! Falavam da safra anunciando-se excepcional, a superar de longe todas as anteriores. Com os preços do cacau em constante alta, significava ainda maior riqueza, prosperidade, fartura, dinheiro a rodo. Os filhos dos coronéis indo cursar os colégios mais caros das grandes cidades, novas residências para as famílias nas novas ruas recém abertas, móveis de luxo mandados vir do Rio, pianos de cauda para compor as salas, as lojas sortidas, multiplicando-se, o comércio crescendo, bebida correndo nos cabarés, mulheres desembarcando dos navios, o jogo campeando nos bares e nos hotéis, o progresso enfim, a tão falada civilização. E dizer-se que essas chuvas agora demasiado copiosas, ameaçadoras, diluviais, tinham demorado a chegar, tinham-se feito esperar e rogar! Meses antes, os coronéis levantavam os olhos para o céu límpido em busca de nuvens, de sinais de chuva próxima. Cresciam as roças de cacau, estendendo-se por todo o sul da Bahia, esperavam as chuvas indispensáveis ao desenvolvimento dos frutos acabados de nascer, substituindo as flores nos cacauais. A procissão de São Jorge, naquele ano, tomara o aspecto de uma ansiosa promessa coletiva ao santo padroeiro da cidade. (Jorge Amado, Gabriela, Cravo e Canela)

De acordo com o texto, o comércio do cacau
a) Não alterava a vida dos filhos dos coronéis.
b) não mudava a rotina da cidade.
c) negava o princípio de civilização
d) Interessava apenas os coronéis
e) Fundamentava o progresso da cidade



TEXTO PARA LEITURA


Leia com atenção estes trechos sobre o  Romance Gabriela



Texto crítico
Desde o segundo dia na casa de Nacib, já dormiam juntos à noite, e assim, ele morria em seus braços ardentes e corpo insaciável. Para Nacib, o fogo de sua pele morena cor de cravo e cheiro de canela estava cravado no seu corpo, que não queria perder.
Ao se analisar o titulo da obra Gabriela, Cravo e Canela, é possível perceber ao apelo de sentido a que se remete, improvisando - se saboroso com exaltadas sugestões de paladar (cravo, canela), a que não pode ser considerada estranha insinuação, assim como (cor) que evidencia uma preferência de estilo, a morena, como tipo ideal de mulher, de fêmea. Gabriela é a morena tropical, cor de canela que se constitui no tipo ideal de beleza mestiça, reunindo encantos físicos peculiares da branca e negra, expandindo beleza e sensualidade.



Gabriela nutria sentimentos por seu Nacib, era contente "Era bom dormir com ele, a cabeça descansando em seu peito cabeludo, sentindo nas ancas o peso da perna do homem gordo e grande, um moço bonito" (p.180), mas, não queria ver-se casada com ele, questionava os moldes patriarcalistas, como exemplo, o casamento. Não entendia certas convenções sociais e não queria adaptar-se a elas, gostava de manter relações amorosas com seu patrão, mas não queria assumir uma postura de mulher casada, até mesmo, por sentir-se inferior a ele, pensava que não possuía atributos de uma senhora.



Era uma mulher que aspirava por liberdade e a todo o momento resistia aos padrões patriarcais da sociedade vigente. Seus modos representavam uma rebelião contra o moralismo da época, além de expressar um caráter libertário que não se enquadrava diante as boas condutas. Audaciosa, ela germinava novos princípios de comportamento que até então eram inadmissíveis para as mulheres, pois Gabriela primava pela vida de solteira e por sua liberdade


Trecho da obra


"Era bom dormir com ele, a cabeça descansando em seu peito cabeludo, sentindo nas ancas o peso da perna do homem gordo e grande, um moço bonito" (p.180)




gabarito

1.B
2.B
3.A
4.E

segunda-feira, 7 de julho de 2014

UM FORTE NOME PARA O ENEM: Paweł Kuczynski

Olá sangue bom !!!

Mais uma postagem voltada para o ENEM.

Paweł Kuczynski

Não sei se conhecem Pawel Kuczynski. O cara é um artista polonês simplesmente genial especializado em ilustrações críticas e muito inteligentes. Nascido em 1976 em Szczecin, Pawel se formou em Artes pela Academia de Belas Artes de Poznan. Ele decidiu apostar na sátira crítica a partir de 2004 e já recebeu diferentes prêmios, quase uma centena de distinções desde então.


A maior parte de suas obras de arte está relacionada com temas sérios e tem cunho histórico que remetem a pobreza, a fome, a guerra, o trabalho infantil, a corrupção política, a poluição, a exploração e a desigualdade social. Mas enquanto o assunto histórico é gritante, a ilustração em si é quase caricatural e satírica sem perder a veia da crítica social ferina e inteligente. Abaixo você encontrará uma seleção de ilustrações brilhantes de Pawel. Note que, ás vezes, você olhará uma, outra vez e mais uma para ver o real conceito da ilustração. É difícil ficar indiferente a sua obra.

Caso queira conhecer mais  >>>>   site do autor

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Caso você queira consultar o conteúdo da UEPA , localize na seção que contem os meses e publicações. Fica na coluna direita deste blog.


Bora sangue bom !!!









sexta-feira, 6 de junho de 2014

SIMULADOS E DICAS PARA O ENEM - parte I

                          SIMULADOS ENEM ORGANIZADOS PELO PROF. GIL MATTOS




Obrigado por acessar meu blog.
Neste tópico você terá exercícios voltados para a prova do ENEM.

Caso queira estudar os resumos das leituras da UEPA , cheque os meses ABRIL E MAIO na coluna localizada ao lado  e procure o conteúdo desejado.

Bora sangue bom !!!!

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ATENÇÃO !!!
GABARITO DOS SIMULADOS AO FINAL DESTE TÓPICO

Bora sangue bom !!!!

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SIMULADO 01


01- O pintor Cândido Torquato Portinari             (Brodowski, 29 de dezembro de 1903 - Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1962) representou em seus quadros muitos problemas sociais do Brasil de sua época. O quadro Café faz uma representação exagerada dos pés e das mãos dos trabalhadores. Tal exagero cumpre a função de sugerir que os trabalhadores:






a) ganhavam pouco pelos serviços prestados.
b) usavam muita força física no trabalho rural.
c) plantavam e colhiam para seu próprio benefício.
d) eram solidários na divisão do trabalho.
e) eram na sua maioria escravos.

02     Leia o texto:

Milagres do povo

Quem descobriu o Brasil
Foi o negro que viu
A crueldade bem de frente
E ainda produziu milagres
De fé no extremo ocidente
Ojú Obá ia lá e via
Xangô manda chamar
Obatalá guia
Mamãe Oxum chora
Lágrima de alegria
Pétala de Iemanjá
Iansã Oiá ria
Ojú Obá ia lá e via
Ojú Obá ia
Obá
VELOSO, Caetano. Milagres do povo.
Gravadora Gapa/Warner Chappell, 1985.

Nesse trecho da letra da canção Milagres do povo, pode-se identificar:

a) a incorporação de elementos da cultura africana pela cultura brasileira.
b) o contato entre elementos das culturas italiana e brasileira.
c) a incorporação de elementos da cultura indígena pela cultura brasileira.
d) o contato entre elementos das culturas asiática e brasileira.
e) a incorporação de elementos da cultura norte-americana pela cultura brasileira.

3

A pintora Tarsila do Amaral reproduz, no quadro Anjos, uma dessas cenas, onde se veem rostos amorenados, representando, com isso, a: 


a) pobreza do mundo religioso.
b) tristeza do povo religioso.
c) mistura de povos no Brasil.
d) variedade de crenças no Brasil.
e) pouca religiosidade do povo brasileiro.

4   Leia o texto:
Canteiros

E eu ainda sou bem moço
para tanta tristeza,
Deixemos de coisa,
cuidemos da vida,
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço, Sem ter visto a vida.
MEIRELES, Cecília. Canteiros. In: Raimundo Fagner ao vivo. Ed. Warner Chappel, 2000.

Ao longo da sua carreira, o compositor e intérprete Fagner acrescentou música ao poema Canteiros, de Cecília Meireles, associando duas manifestações artísticas. Com isso, o compositor:

a) prestigiou tanto a literatura quanto a música popular.
b) divulgou a temática das belezas naturais do Nordeste.
c) valorizou aspectos ainda pouco conhecidos da história do país.
d) prejudicou o valor literário do poema na medida em que o popularizou.
e) empobreceu seu repertório.

5  Leia o texto:
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. (...) Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão (...).
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: Ática, 1987.

No romance O cortiço, enquanto os seres inanimados aparecem humanizados, os humanos aparecem animalizados. Considerando os trechos grifados no texto, assinale a alternativa em que isso se manifesta.

a) o cortiço acordava / fossando e fungando
b) do fio de água que escorria / prender as saias entre as coxas
c) O chão inundava-se / tostada nudez dos braços
d) suspendendo o cabelo todo / metiam a cabeça bem debaixo da água
e) Eram cinco horas da manhã / das bicas era um zunzum crescente

6  Leia o texto:
Cunhantã

Vinha do Pará
Chamava Siquê.
Quatro anos. Escurinha. O riso gutural da raça.
Piá branca nenhuma corria mais do que ela.
Tinha uma cicatriz no meio da testa:
- Que foi isso Siquê?
Com voz de detrás da garganta, a boquinha tuíra:
- Minha mãe (a madrasta) estava costurando
Disse vai ver se tem fogo
Eu soprei eu soprei eu soprei não vi fogo
Aí ela se levantou e esfregou com minha cabeça na brasa

Riu, riu, riu...

Uêrêquitáua.
O ventilador era a coisa que roda.
Quando se machucava, dizia: Ai Zizus!

BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

O diminutivo escurinha, empregado na primeira estrofe para caracterizar Siquê, expressa:

a) agressividade.   b) ironia.  c) carinho.
d) indiferença.  e) preconceito.

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DICAS IMPORTANTES PARA O ENEM

Manuel Bandeira

Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor,

Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra Irene. Você não precisa pedir licença.

A começar da primeira estrofe, uma frase toda feita de enumeração, sem verbo, com a repetição do substantivo Irene, numa anáfora caracterizadora da expressividade com que pretende jogar diante dos nossos olhos a figura central do poema. Sem falar nas elipses da segunda estrofe, ou no jogo estilo  indireto / estilo direto, observamos na conjugação do verbo entrar ("Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.") uma violência à norma gramatical: afinal de contas, entra é forma de imperativo de segunda pessoa do singular, e você, embora pronome de segunda, exige, por razões etimológicas, flexões de terceira. Então o poeta errou? Claro que não. Violentou a norma, em nome do efeito expressivo. O fato mesmo de o pronome você ser de segunda pessoa  explica não apenas o uso que do verbo faz o poeta, mas a frequência  com que nós, brasileiros, mesmo os conhecedores de português, confundimos as formas pronominais. Ora, em tratando o poema de quem trata, aquele aparente erro traduz a naturalidade e o afeto com que o poeta marca as palavras do santo porteiro do céu. Ele põe nos lábios de São Pedro termos que, pelo seu significado socialmente convencional, colocam Irene à vontade, sem cerimônia, no momento de seu ingresso na morada eterna. E repare que o adjetivo  bonachão, o simples da expressão Licença, meu branco, popular, coloquial, típica do personagem, como que autorizam a forma entra.

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 DESAFIO DO GIL

Tente interpretar estas pinturas modernistas


   
CÂNDIDO PORTINARI – OS RETIRANTES














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A NEGRA
Tarsila do Amaral





 gabarito ao final dos simulados desta postagem


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SIMULADO 02


01
















A partir da segunda metade do século XIX o capitalismo industrial desenvolveu-se de forma acelerada em
diversos países da Europa  ocidental. Esse desenvolvimento teve profunda influência na constituição das ciências humanas, enquanto campo de conhecimento  fundado em bases científicas, mas também se refletiu no campo das artes, com diversos pintores abordando a temática do trabalho e
das condições de vida das classes trabalhadoras. De
ntre esses artistas encontra-se Edvard Munch (1863-1944), que procurou traduzir os efeitos desse cotidiano sobre os trabalhadores no quadro  Operários na saída da fábrica.
Com base na imagem e nos conhecimentos sobre o tema
, assinale a alternativa que apresenta a interpreta ção que remete à condição geral à que estavam submetidos os operários
fabris na transição do século XIX para o século XX, na Europa.

a) “Meu coração encontrava sua felicidade em meu trabalho; é o fruto que dele eu retirava.” (Antigo Testamento, Eclesiastes)
b) “O trabalho afasta de nós três grandes males: a
contrariedade, o vício e a necessidade.” (Voltaire, Candido)
c) “É necessário trabalhar [...], uma vez que, tudo
bem verificado, trabalhar é menos fastidioso do que se divertir.” (Charles Baudelaire, Jornais Íntimos )
d) “Escravo do trabalho, não somente em nós homens/
Que verdadeiros filhos do sofrimento e de misérias
somos.” (Ronsart, Hino à Morte)
e) “Nenhum homem, segundo a ordem da Natureza, nasceu para o trabalho infrutífero/ Nenhum [homem] para
a felicidade sem trabalho.” (Mirabeau, Os Economistas)

02





 
Com base na análise da imagem, assinale a alternativa correta:

a) Tarsila se refere às diferentes etnias que constituíram o corpo de trabalhadores, possibilitando o desenvolvimento industrial de São Paulo.
b) Tarsila se refere às raças e culturas que compõem o país, especialmente na cidade de Belo Horizonte.
c) Tarsila recorre ao tema étnico para dar vazão ao sentimento xenófobo que vigorava na arte brasileira, na década de trinta.
d) Tarsila reflete sobre o valor da indústria nacional,
pois as pessoas estão na frente da fábrica esperando para ir trabalhar.

03
Cândido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infância, descreve os pés dos trabalhadores.

Pés disformes. Pés que podem contar uma história. Confundiam-se com as pedras e os espinhos. Pés
semelhantes aos mapas: com montes e vales, vincos como rios. (...) Pés sofridos com muitos e muitos quilômetros de
marcha. Pés que só os santos têm. Sobre a terra, difícil era distingui-los. Agarrados ao solo, eram como alicerces, muitas
vezes suportavam apenas um corpo franzino e doente.
(Cândido Portinari, Retrospectiva, Catálogo MASP)

As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza e do homem americano e a crítica social foram temas que
inspiraram muitos artistas ao longo de nossa História. Dentre estas imagens, a que melhor caracteriza a crítica social contida no texto de Portinari é


A








B






C



D



E




04     Leia o texto que segue, de Jorge Amado, e responda ao que se pede.

Naquele ano de 1925, quando floresceu o idílio da mulata Gabriela e do árabe Nacib, a estação das chuvas tanto se prolongara além do normal e necessário que os fazendeiros, como um bando assustado, cruzavam-se nas ruas a perguntar uns aos outros nos olhos e na voz: Será que não vai parar? Referiam-se às chuvas, nunca se vira tanta água descendo dos céus, dia e noite, quase sem intervalos. Mais uma semana e estará tudo em perigo. A safra inteira. Meu Deus! Falavam da safra anunciando-se excepcional, a superar de longe todas as anteriores. Com os preços do cacau em constante alta, significava ainda maior riqueza, prosperidade, fartura, dinheiro a rodo. Os filhos dos coronéis indo cursar os colégios mais caros das grandes cidades, novas residências para as famílias nas novas ruas recém abertas, móveis de luxo mandados vir do Rio, pianos de cauda para compor as salas, as lojas sortidas, multiplicando-se, o comércio crescendo, bebida correndo nos cabarés, mulheres desembarcando dos navios, o jogo campeando nos bares e nos hotéis, o progresso enfim, a tão falada civilização. E dizer-se que essas chuvas agora demasiado copiosas, ameaçadoras, diluviais, tinham demorado a chegar, tinham-se feito esperar e rogar! Meses antes, os coronéis levantavam os olhos para o céu límpido em busca de nuvens, de sinais de chuva próxima. Cresciam as roças de cacau, estendendo-se por todo o sul da Bahia, esperavam as chuvas indispensáveis ao desenvolvimento dos frutos acabados de nascer, substituindo as flores nos cacauais. A procissão de São Jorge, naquele ano, tomara o aspecto de uma ansiosa promessa coletiva ao santo padroeiro da cidade. (Jorge Amado, Gabriela, Cravo e Canela)
 
De acordo com o texto, o comércio do cacau


a)
Não alterava a vida dos filhos dos coronéis.
b) não mudava a rotina da cidade.
c) negava o princípio de civilização
d) Interessava apenas os coronéis
e) Fundamentava o progresso da cidade

05  Leia o trecho extraído de Gabriela, cravo e canela, obra de
Jorge Amado.

O marinheiro sueco, um loiro de quase dois
metros, entrou no bar, soltou um bafo pesado de álcool
na cara de Nacib e apontou com o dedo as garrafas de
“Cana de Ilhéus”. Um olhar suplicante, umas palavras
em língua impossível. Já cumprira Nacib, na véspera,
seu dever de cidadão, servira cachaça de graça aos
marinheiros. Passou o dedo indicador no polegar, a
perguntar pelo dinheiro. Vasculhou os bolsos o loiro
sueco, nem sinal de dinheiro. Mas descobriu um broche
engraçado, uma sereia dourada. No balcão colocou
a nórdica mãe-d’água, Yemanjá de Estocolmo. Os
olhos do árabe fitavam Gabriela a dobrar a esquina por
detrás da Igreja. Mirou a sereia, seu rabo de peixe.
Assim era a anca de Gabriela. Mulher tão de fogo no
mundo não havia, com aquele calor, aquela ternura,
aqueles suspiros, aquele langor. Quanto mais dormia
com ela, mais tinha vontade. Parecia feita de canto e
dança, de sol e luar, era de cravo e canela. Nunca mais
lhe dera um presente, uma tolice de feira. Tomou da
garrafa de cachaça, encheu um copo grosso de vidro,
o marinheiro suspendeu o braço, saudou em sueco,
emborcou em dois tragos, cuspiu. Nacib guardou no
bolso a sereia dourada, sorrindo. Gabriela riria contente,
diria a gemer: “precisava não, moço bonito ...” E
aqui termina a história de Nacib e Gabriela, quando
renasce a chama do amor de uma brasa dormida nas
cinzas do peito.

No texto, o autor relaciona a cultura nacional à estrangeira, buscando, por meio da comparação, estabelecer equivalências entre elas. O trecho do texto que indica esse tipo de comparação é

a) Passou o dedo indicador no polegar ...
b) ... servira cachaça de graça aos marinheiros.
c) No balcão colocou a nórdica mãe-d’água ...
d) ... e apontou com o dedo as garrafas de “Cana de
Ilhéus”.
e)Um olhar suplicante, umas palavras em língua impossível.

06 - A peça Fonte foi criada pelo francês Marcel Duchamp e apresentada em Nova Iorque em 1917.



A transformação de um urinol em obra de arte representou,
entre outras coisas,
(A) a alteração do sentido de um objeto do cotidiano e uma crítica às convenções artísticas então vigentes.
(B) a crítica à vulgarização da arte e a ironia diante das vanguardas
artísticas do final do século XIX.
(C) o esforço de tirar a arte dos espaços públicos e a insistência
de que ela só podia existir na intimidade.
(D) a vontade de expulsar os visitantes dos museus, associando
a arte a situações constrangedoras.
(E) o fim da verdadeira arte, do conceito de beleza e importância
social da produção artística.

 



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SIMULADO 03

Estejam atentos a este texto para o ENEM ou questões sobre ativismo social



50 anos do discurso de Martin Luther King
“Eu tenho um sonho de que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos dos donos de escravos poderão se sentar juntos à mesa da fraternidade”.
Essas frases foram ditas por Martin Luther King para milhares de pessoas que se reuniram em agosto de 1963 em Washington, nos Estados Unidos, para ouvir um de seus mais conhecidos discursos. O ativista foi um dos principais líderes do movimento pelos direitos civis dos afro-americanos e defensor do pacifismo. No ano seguinte, o Congresso Americano aprovou a Lei dos Direitos Civis e King se tornou o mais jovem vencedor do Prêmio Nobel da Paz, aos 35 anos. ( após esta leitura , analise a questão 03 deste material )




 Ano passado esperavamos algo sobre o poeta Vinícius de Moraes. Mas de qualquer forma ele tem sua força sempre para o ENEM

Aguarde questões sobre o poetinha


Centenário de Vinícius de Moraes

Nascido em 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro, Vinícius de Moraes foi diplomata, dramaturgo, jornalista, mas se tornou inesquecível para a cultura brasileria com sua vasta obra como poeta e compositor. Conhecido também como Poetinha, teve parceiros como Tom Jobim, Toquinho, João Gilberto e Chico Buarque e foi um dos criadores da Bossa Nova. Ao longo deste ano, Vinícius de Moraes está sendo lembrado em diversas homenagens.




QUESTÕES

01 No Enem, é bastante comum observarmos o fenômeno da intertextualidade relacionados aos textos escolhidos para dada questão. Ocorre quando um texto remete a outro, contendo em si – muitas vezes – trechos ou temática desse outro com o qual mantém “diálogo”.
Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho.  Num dos contos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente.  No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.


A tela de Tarsila do Amaral apresenta um tema que também se encontra nos versos transcritos em

a) “Pensem nas meninas / Cegas inexatas / Pensem nas mulheres Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)

b) “Somos muitos severinos / iguais em tudo e na sina: / a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)

c) “O funcionário público não cabe no poema / com seu salário de fome / sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)

d) “Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer ser nada. /À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)

e) “Os inocentes do Leblon / Não viram o navio entrar (...) / Os inocentes, definitivamente inocentes / tudo ignoravam, / mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)

02

Considere os trechos que seguem e as afirmações a seu respeito:

Minha namorada
Carlos Lyra – Vinícius de Moraes

Se você quer ser minha namorada
Ah! que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer.


Por você
Frejat – M. Barros – M. Sta. Cecília

Por você
Eu dançaria tango no teto
Eu limparia os trilhos do metrô
Eu iria a pé do Rio a Salvador
Eu aceitaria a vida como ela é
Viajaria a prazo pro inferno
Tomaria banho gelado no inverno
(...)
Eu mudaria até o meu nome
Eu viveria em greve de fome
Desejaria todo dia a mesma mulher.

I. O primeiro texto, dos anos 60, e o segundo, da década de 90,apresentam por parte do eu-lírico o desejo de viver intensamente uma relação amorosa.
II. Em "Minha namorada", uma canção da Bossa Nova, o eu-lírico estabelece condições para vivenciar a experiência amorosa ao lado da pessoa escolhida.
III. Em "Por você", o lírico sujeita-se às maiores penas para viver seu amor.
IV. O exagero que caracteriza ambos os textos pode sugerir a
profundidade do sentimento amoroso envolvido.

Quais estão corretas?

a) Apenas I e II.
b) Apenas II e III.
c) Apenas I, II e III.
d) Apenas I, III e IV.
e) I, II, III e IV.

Resposta: E.
I – observe a expressão “somente minha”, que remete à intensidade.
II – observe o oitavo verso.
III – observe o quarto verso, por exemplo.
IV – observe, por exemplo, o último verso do primeiro texto e o
penúltimo do segundo tex


03
Leia o fragmento textual a seguir a marque a alternativa correta em relação a sua análise:

Navio Negreiro – Tragédia no Mar


Era um sonho dantesco!...o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
   Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros...estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
   Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo as tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
   Rega o sangue das mães:
Outras, moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
   Em ânsia e mágoas vãs!  (Castro Alves)

(A)  O tom grandiloqüente, quase retórico, do poema ilustra o estilo condoreiro de Castro Alves. O condoreirismo, influência de Victor Hugo, foi tendência da última geração do Romantismo brasileiro, mais voltado para o aspecto social, em superação ao egocentrismo angustiado da geração anterior.
(B)  O poema registra o tratamento da temática amorosa em Castro Alves, marcado pelo tom do prazer erótico, da presença da morte e da dor, tal como seus antecessores da segunda geração.
(C)  O poema ilustra que Castro Alves se tornou conhecido como o poeta dos escravos não somente pela denúncia da escravatura, mas, também, por ter acolhido, em sua lírica, os sentimentos do homem negro em equivalência aos do homem branco, retratando o negro como herói, como amante, como ser integralmente humano.
(D)  O poema marca a fase indianista do poeta
(E)  O poema expressa o Mal do Século

04

GENTE HUMILDE
      Tem certos dias em que eu penso em minha gente
      E sinto assim todo o meu peito se apertar
      Porque parece que acontece de repente
      Como um desejo de eu viver sem me notar.
      Igual a como quando eu passo no subúrbio
      Eu muito bem vindo de trem de algum lugar
      E aí me dá como uma inveja dessa gente
      Que vai em frente sem nem ter com quem contar.
      São casas simples com cadeiras na calçada
      E na fachada escrito em cima que é um lar
      Pela varanda flores tristes e baldias
      Como alegria que não tem onde encostar.
      E aí me dá uma tristeza no meio peito
      Feito um despeito de eu não ter como lutar
      E eu que não creio peço a Deus por minha gente
      É gente humilde - que vontade de chorar.
      (Garoto, Vinícius de Morais e Chico Buarque de Hollanda)     1969
As cadeiras nas calçadas nos transmitem a idéia de
      a) abandono
      b) relaxo
      c) desocupação
      d) familiaridade, espírito comunitário
a)       aquecimento ao sol

05. Com relação à Gente Humilde, Vinicius procura descrever:

I-             o contexto do povo brasileiro, no qual apenas o simples pensar chega a lhe causar aperto no peito
II-           diversas contradições: Porque parece que
acontece de repente .Como um desejo de eu viver sem me notar, isto é, significando sua existência no mundo e ao mesmo tempo ele quer viver sem ser conhecido, sem ter status, sem ter identidade.
III-          Um sentimento de inveja de não compartilhar da mesma classe social (aí me dá uma inveja dessa gente) no sentido de que “essa gente” tem como estereotipo ser lutador ainda sem ter com o que lutar (que vai em frente sem nem ter com que contar)

a)apenas I   b) I e II   c) todas certas   d) apenas II certa


06
Vai, minha tristeza e diz a ela que sem ela não pode ser / Diz-lhe numa prece / Que ela regresse / Porque não posso mais sofrer / Chega de saudade / A realidade é que sem ela / Não há paz, não há beleza / É só tristeza e a melancolia / Que não sai de mim / Não sai de mim / Não sai... / Mas se ela
voltar / Se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca / Pois há menos peixinhos a nadas no mar / Do que os beijinhos que eu darei na sua boca / Dentro dos meus braços os abraços / Hão de ser milhões de abraços / Apertado assim, colado assim, calado assim, / Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim / Que é pra acabar com esse negócio / De você viver sem mim /
Não quero mais esse negócio / De você longe de mim / Vamos deixar desse negócio / De você viver sem mim...
Vinícius de Moraes 1957

Na letra de Chega de Saudade:

I-O trecho diz-lhe numa prece que ela regresse porque não posso mais sofrer reflete uma particularidade do povo brasileiro, que, nos momentos de dificuldade, procura resolver religiosamente (numa prece), mostrando que se deve fazer uma oração pedindo que ela retorne, pois o poeta não pode mais sofrer
II-Sem o objeto amado não existe beleza, pois no imaginário do poeta, a impressão que se tem é que seu contexto só tem exis
tência por causa dela e novamente atribui à  ausência dela o fato de sentir-se triste (é só tristeza) e finda o fragmento posicionado que sente uma melancolia que não sai dele
e para que o sentimento seja reafirmando com veemência o poeta repete a mesma frase várias vezes: não sai de mim, não sai de mim, não sai...como se quisesse que o leitor não
esquecesse esse sentimento, mostrando o que a saudade pode fazer com quem a sente
III-Pois há menos peixinhos a nadar no mar do que os beijinhos que darei na sua boca”, aqui o poeta utiliza o  diminutivo que além de deixar o texto gracioso, provoca uma leveza no texto em contraste com as estrofes anteriores. Neste seguimento é possível percebe que o “Ela”, a quem o autor se referia o tempo todo na poesia, designava pessoa e não coisa.



a)apenas I   b) I e II   c) todas certas   d) apenas II certa

 



 gabarito após o simulado 4





 SIMULADO 04

A IMPORTÂNCIA DA PROSA MODERNISTA  ( Geração de 30 )


ROMANCE DE 30  foi um termo criado para designar o  conjunto de obras publicadas entre 1928 e 1945. No grupo dos romancistas de 30 (ou neo-regionalistas, como  também foram chamados), estavam  escritores como Jorge Amado, Graciliano Ramos e  Raquel de Queiroz. 


Texto I
Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. (…) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo.
Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23. ed., 1969, p. 75.
Texto II
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos.O que Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes.
Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254.

Questão 1

A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das informações do texto II, relativas às concepções artísticas do romance social de 1930, avalie as seguintes afirmativas.
1.     O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo regionalismo pitoresco, transforma-se em protagonista privilegiado do romance social de 30.
2.      A incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a tendência da ficção brasileira da década de 30 de tentar superar a grande distância entre o intelectual e as camadas populares.
3.     Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30 conseguiram, com suas obras, modificar a posição social do sertanejo na realidade nacional.
É correto apenas o que se afirma em:
(A) I. (B)  II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III.


Gabarito e comentário sobre a questão:
Letra D. A prosa da segunda geração  modernista evidenciou as injustiças sociais da década de 1930 e a miséria decorrente da seca nordestina. Assim, personagens pobres que, antes eram  retratados como serviçais ou  vistos como elementos  sociais exóticos, são elevados à categoria de protagonistas.  Em Vidas secas,  temos um retrato do sertanejo depois da grande seca que assolou  o  Nordeste em 1915 – tema também  abordado por Raquel de Queiroz em  sua obra O quinze.


Questão 2

No texto II, verifica-se que o autor utiliza
(A) linguagem predominantemente formal, para problematizar, na composição de Vidas Secas, a relação entre o escritor e o personagem popular.
(B) linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.
(C) linguagem coloquial, para narrar coerentemente uma história que apresenta o roceiro pobre de forma pitoresca.
(D) linguagem formal com recursos retóricos próprios do texto literário em prosa, para analisar determinado momento da literatura brasileira.
(E) linguagem regionalista, para transmitir informações sobre literatura, valendo-se de coloquialismo, para facilitar o  entendimento do texto.


 Gabarito e comentário sobre a questão:
Letra A.  O  texto, fragmento de um artigo  em que se analisa a obra Vidas secas, é  escrito  em  linguagem  formal, obedecendo  ao registro “culto” da língua portuguesa. A questão estabelece  um contraponto  entre a inovação  linguística do  texto literário  e o  texto acadêmico.


Questão 3 - Observe o texto abaixo:

Fazendeiro de cana
Minha terra tem palmeiras? Não.
Minha terra tem engenhocas de rapadura e cachaça
e açúcar marrom, tiquinho, para o gasto.
 [...]
Tem cana caiana e cana crioula,
cana-pitu, cana rajada, cana-do-governo
e muitas outras canas de garapas,
e bagaço para os porcos em assembleia grunhidora
diante da moenda
movida gravemente pela junta de bois
de sólida tristeza e resignação.

As fazendas misturam dor e consolo
em caldo verde-garrafa
e sessenta mil-réis de imposto fazendeiro.
                             Carlos Drummond de Andrade.

Assinale a alternativa incorreta:

Carlos Drummond de Andrade, neste poema, valendo-se das linguagens desenvolvidas pelo Modernismo:
a) retoma a linguagem do poema romântico, de maneira simétrica e linear, apontando a ideologia nele subjacente.
b) retoma parodisticamente um importante poema do Romantismo brasileiro.
c) faz, em relação ao romântico, uma ruptura ao nível da consciência e ao nível da linguagem.
d) satiriza o sentimento ufanista, comum aos poetas românticos.
e) desmitifica a visão ingênua dos românticos, operando uma leitura crítica da realidade.

ALGUNS TEXTOS ( em fragmentos )
DO AUTOR QUE MAIS VEZES FOI UTILIZADO NA PROVA DE LINGUAGEM DO ENEM
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CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
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José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
...

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
...
...

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?





Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

...


Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cizenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Vomitar este tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam pra casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
...

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
...
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.



Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas eas ações não enceram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.
...
Caminhas por entre os mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.



Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.



João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.




Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
...
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.



“ Eu tenho Fé. Eu não desisto.
 Eu sou de Deus . Eu sou de Cristo”
( Kleber Lucas )


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Gabarito das aulas anteriores

SIMULADO  01  - B–A-C-A-A-C
SIMULADO  02  - D-A-E-E-C-A
SIMULADO  03  - B-E-A-D-C-C