Ola Sangue Bom !!!
Este blog ficará de stand by e a partir de 01/03 você estará fazendo suas pesquisas e estudos de Literatura em meu novo espaço , desta vez um Site e não mais o blog que sempre usei
Site do Prof. Gil Mattos
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segunda-feira, 2 de março de 2015
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
BLOG EM RECONSTRUÇÃO
Estou reorganizando meu blog.
Em breve estaremos com uma funcionalidade maior para que todos possam estudar e pesquisar neste espaço
Bora sangue bom !!!!
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Bora sangue bom !!!!
domingo, 7 de setembro de 2014
ENEM - Dicas para a SEGUNDA GERAÇÃO MODERNISTA ( prosa ) - 1930-1945
Galera sangue bom .
Deixo aqui duas dicas importantes para o ENEM.
Leia com atenção.
Bora sangue bom !!!
( tela de Portinari - pintor brasileiro )
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No
texto, a referência aos pés:
Deixo aqui duas dicas importantes para o ENEM.
Leia com atenção.
Bora sangue bom !!!
( tela de Portinari - pintor brasileiro )
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II GERAÇÃO DO MODERNISMO – 1930-1945
Depois da Semana de Arte Moderna,
a ideia de "Modernismo" - ou seja, de novas atitudes artísticas
contra a arte encarada como artificial, contra tudo o que os escritores
consideravam "velho"- parecia não ter sido totalmente absorvida e a
literatura no Brasil parecia não ter mudado tanto quanto se pretendia.
Entretanto, alguns intelectuais de várias
regiões começaram a manifestar-se: a verdadeira arte moderna devia retratar
criticamente um Brasil mais abrangente, que mal se conhecia, cujas
desigualdades sociais fossem retratadas com vigor num realismo próprio do
século 20. A arte literária, segundo vários intelectuais, devia sair dos "salões
aristocráticos de São Paulo", quer dizer, devia abandonar o contato apenas
com o urbano, influenciado pelas vanguardas europeias.
Em 1926, ocorre um congresso em Recife e
nele se encontram escritores do Nordeste; estes se dispõem, aos poucos, a fazer
uma prosa regional consistente e participativa. É dessas primeiras
manifestações que surgirá um dos momentos mais autênticos da literatura
brasileira, o Romance de 30.
Esta nova literatura em prosa será
antifascista e anticapitalista, extremamente vigorosa e crítica. Os livros
didáticos a chamam com vários nomes: "Romance de 30" (porque é o
início cronológico da nova literatura); romance neo-realista(porque essas obras
conseguiram renovar e modernizar o realismo/naturalismo do século 19,
enriquecendo-o com preocupações psicológicas e sociais) ouromance
regionalista moderno (porque escapa das
metrópoles e vai ao Brasil regional, preso ainda a antinomias dos séculos
anteriores).
A adesão ao socialismo impôs aos escritores
da época, às vezes de forma radical, fórmulas de compreensão do homem em
sociedade. Os romancistas, imbuídos do sentimento de missão política, queriam
mostrar as tensões que transformavam ou destruíam os homens - aliás, um tema
universal e sempre vivo na literatura.
Mas o fato é que sem os modernistas de
1922 (1ª geração), dificilmente os modernistas de 1930 (2ª geração) teriam
conseguido o feito literário e social que obtiveram, porque aqueles foram os
primeiros que provocaram a atualização da "inteligência" brasileira,
foram eles que trouxeram para a literatura o fato não-literário e a oralidade,
que tanto beneficiou o realismo seco dos escritores regionalistas, dando-lhes
maior autenticidade.
QUESTÃO 01
Entre os artistas
que se destacaram no cenário artístico nacional, podemos destacar Graciliano
Ramos, compondo a segunda fase do Modernismo, sobretudo na prosa. Assim, entre
as magníficas obras que criara, uma delas se destaca pela temática voltada para
o regionalismo brasileiro - Vidas Secas. Acerca dela, procure explicitar
algumas particularidades relacionadas à temática trabalhada pelo autor em
questão, enfatizando, sobretudo, os posicionamentos ideológicos por ele
firmados – oriundos de todo um contexto social dominante. Para facilitar seu
posicionamento frente à questão, propusemo-nos em descrever uma passagem:
A cachorra Baleia
estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-lhe em vários pontos, as
costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam,
cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe
a comida e a bebida.
[...]
Sinha Vitória
fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, que adivinhavam
desgraça e não se cansavam de repetir a mesma pergunta: — Vão bulir com a
Baleia?
[...]
Ela era como uma
pessoa da família: brincavam juntos os três, para bem dizer não se
diferençavam, rebolavam na areia do rio e no estrume fofo que ia subindo,
ameaçava cobrir o chiqueiro das cabras.
Quiseram mexer na taramela e abrir a porta, mas sinha Vitória levou-os para a cama de varas, deitou-os e esforçou-se por tapar-lhes os ouvidos: prendeu a cabeça do mais velho entre as coxas e espalmou as mãos nas orelhas do segundo. Como os pequenos resistissem, aperreou-se e tratou de subjugá-los, resmungando com energia.
Ela também tinha o coração pesado, mas resignava-se: naturalmente a decisão de Fabiano era necessária e justa. Pobre da Baleia.
[...]
Quiseram mexer na taramela e abrir a porta, mas sinha Vitória levou-os para a cama de varas, deitou-os e esforçou-se por tapar-lhes os ouvidos: prendeu a cabeça do mais velho entre as coxas e espalmou as mãos nas orelhas do segundo. Como os pequenos resistissem, aperreou-se e tratou de subjugá-los, resmungando com energia.
Ela também tinha o coração pesado, mas resignava-se: naturalmente a decisão de Fabiano era necessária e justa. Pobre da Baleia.
[...]
Sobre
o excerto acima de Vidas Secas podemos considerar como corretas:
I-
O autor demonstra claramente sua indignação acerca das
intempéries que circundavam a realidade circundante, agiu assim como o fizeram
todos os artistas que trabalharam a temática social, sobretudo os
pertencentes à segunda geração modernista. Naquela época, o que se via era um
Nordeste situado em meio à fome, à miséria, à decadência do ciclo canavieiro.
Um Nordeste desenhado por retirantes em busca de sobrevivência, assim como a
família de Fabiano, personagem do romance que demarcou para sempre a história da
Literatura brasileira de todo os tempos.
II-
Em face da situação em que viviam, as pessoas eram
tipificadas a um estado de coisa, retratadas nitidamente pela figura dos dois
filhos de Fabiano, os quais nem nome possuíam.
III-
Outro aspecto, também trabalhado pela genialidade do
escritor, foi a ironia – recurso esse que ele encontrou para justamente
expressar a forma como se sentia enquanto ser humano subordinado ao poderio da
classe política, voltada somente para a concentração de bens da classe
dominante. Nada melhor que Baleia, simbolizando algo forte,
robusto, e Sinhá Vitória, que literalmente, simbolizava, só que
de modo oposto, o fracasso do ser humano, permeado nas entranhas do próprio
destino.
a) I e II certas b) I , II e III certas c) I e III certas d) II e III certas e) apenas I certa
QUESTÃO
02
Leia o fragmento abaixo transcrito da obra “Vidas Secas” e responda à questão a seguir:
Leia o fragmento abaixo transcrito da obra “Vidas Secas” e responda à questão a seguir:
Vivia longe dos
homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não
sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a
ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro
entendia. A pé, não se aguentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado,
cambaio, torto e feio. Às vezes, utilizava nas relações com as pessoas a mesma
língua com que se dirigia aos brutos – exclamações, onomatopeias. Na verdade
falava pouco. Admira as palavras compridas e difíceis da gente da cidade,
tentava reproduzir algumas em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez
perigosas.
(Graciliano Ramos)
(A) Constitui uma valorização do mundo cultural e o mundo físico do
personagem.
(B) Acentua a rudeza do personagem,
em nível físico. O texto reforça assim a perda de valores do
personagem.
(C) Justifica-se como preparação para
o fato de que o personagem não estava preparado para caminhada.
(D) Serve para demonstrar a
capacidade de pensar do personagem.
QUESTÃO 03
Leia
com atenção o texto retirado da obra Vidas Secas de Graciliano Ramos
Na planície avermelhada os juazeiros
alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro,
estavam cansados e famintos
[...]
Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanhacado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.
Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanhacado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.
I-
Perceba a força narrativa com que o
narrador descreve a cena cruel, de retirantes exaustos sob o sol, a família
silenciosa e triste, com a qual ele se solidariza ("os infelizes")
II-
A lentidão proposital da narrativa é a
superação difícil do caminho sob o sol (para onde vai quem não tem terras?) e a
secura descritiva reproduz o silêncio dos que estão exaustos
III-
Essa é a seca vida do herói - agora um
anti-herói -, humilhado e vencido pelo meio hostil.
a) I , II e III
certas b) I e II certas
c) I e III certas d) II e III certas
e) apenas I certa
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Uma outra obra
importante do período
Gabriela, cravo e canela ( Jorge Amado )
Crônica de uma cidade do interior
Crônica de uma cidade do interior
Vinda
do agreste, Gabriela chega a Ilhéus em 1925, em busca de trabalho. É levada do
“mercado dos escravos”, lugar onde acampam os retirantes, pelo árabe Nacib. O
dono do bar Vesúvio não atenta de imediato para a beleza da moça, escondida sob
os trapos e a poeira do caminho. Não tarda, porém, a descobrir que ela tem a
cor da canela e o cheiro do cravo. Em breve, todos os homens da cidade vão se
render aos encantos de Gabriela.
Ela assume a cozinha do bar, e o Vesúvio ferve por conta do tempero e da presença inebriante de Gabriela. Apaixonado, o ciumento Nacib decide que o melhor é se casar. Gabriela passa a ter obrigações que não combinam com seu espírito livre e rústico. No entanto, não se deixa subjugar. Nacib a flagra na cama com Tonico Bastos e manda anular o casamento. Mas Gabriela ainda voltará a ser sua cozinheira e a freqüentar sua cama.
Gabriela, cravo e canela narra o caso de amor entre o árabe Nacib e a sertaneja Gabriela e compõe uma crônica do período áureo do cacau na região de Ilhéus. Além do quadro de costumes, o livro descreve alterações profundas na vida social da Bahia dos anos 1920: a abertura do porto aos grandes navios leva à ascensão do exportador carioca Mundinho Falcão e ao declínio dos coronéis, como Ramiro Bastos. É Gabriela quem personifica as transformações de uma sociedade patriarcal, arcaica e autoritária, convulsionada pelos sopros de renovação cultural, política e econômica.
Ela assume a cozinha do bar, e o Vesúvio ferve por conta do tempero e da presença inebriante de Gabriela. Apaixonado, o ciumento Nacib decide que o melhor é se casar. Gabriela passa a ter obrigações que não combinam com seu espírito livre e rústico. No entanto, não se deixa subjugar. Nacib a flagra na cama com Tonico Bastos e manda anular o casamento. Mas Gabriela ainda voltará a ser sua cozinheira e a freqüentar sua cama.
Gabriela, cravo e canela narra o caso de amor entre o árabe Nacib e a sertaneja Gabriela e compõe uma crônica do período áureo do cacau na região de Ilhéus. Além do quadro de costumes, o livro descreve alterações profundas na vida social da Bahia dos anos 1920: a abertura do porto aos grandes navios leva à ascensão do exportador carioca Mundinho Falcão e ao declínio dos coronéis, como Ramiro Bastos. É Gabriela quem personifica as transformações de uma sociedade patriarcal, arcaica e autoritária, convulsionada pelos sopros de renovação cultural, política e econômica.
Gabriela, cravo e
canela
inaugura uma nova fase na obra de Jorge Amado. A partir deste romance, o autor
atenua o conteúdo político que marcou seus primeiros livros para dar ênfase à
mistura racial, ao erotismo e a uma percepção sensorial do mundo. Ganham
destaque as personagens femininas: as mulheres passam ao centro das narrativas
como mito sexual, mas também como agentes do próprio desejo.
Gabriela, cravo e canela foi o primeiro livro escrito por Jorge Amado depois de deixar o Partido Comunista. Publicado em 1958, o romance recebeu no ano seguinte os prêmios Machado de Assis e Jabuti. Pouco depois, em 1961, Jorge Amado seria eleito para a Academia Brasileira de Letras, em grande parte graças ao estrondoso sucesso do livro. Gabriela virou novela da TV Tupi, em 1961, e mais tarde da rede Globo, em 1975. Traduzido para mais de trinta idiomas, Gabriela, cravo e canela é o livro de Jorge Amado com o maior número de traduções.
Gabriela, cravo e canela foi o primeiro livro escrito por Jorge Amado depois de deixar o Partido Comunista. Publicado em 1958, o romance recebeu no ano seguinte os prêmios Machado de Assis e Jabuti. Pouco depois, em 1961, Jorge Amado seria eleito para a Academia Brasileira de Letras, em grande parte graças ao estrondoso sucesso do livro. Gabriela virou novela da TV Tupi, em 1961, e mais tarde da rede Globo, em 1975. Traduzido para mais de trinta idiomas, Gabriela, cravo e canela é o livro de Jorge Amado com o maior número de traduções.
QUESTÃO 04
Leia
o texto que segue, de Jorge Amado, e responda ao que se pede.
Naquele ano de 1925, quando floresceu
o idílio da mulata Gabriela e do árabe Nacib, a estação das chuvas tanto se
prolongara além do normal e necessário que os fazendeiros, como um bando assustado,
cruzavam-se nas ruas a perguntar uns aos outros nos olhos e na voz: Será que
não vai parar? Referiam-se às chuvas, nunca se vira tanta água descendo dos
céus, dia e noite, quase sem intervalos. Mais uma semana e estará tudo em
perigo. A safra inteira. Meu Deus! Falavam da safra anunciando-se excepcional,
a superar de longe todas as anteriores. Com os preços do cacau em constante
alta, significava ainda maior riqueza, prosperidade, fartura, dinheiro a rodo.
Os filhos dos coronéis indo cursar os colégios mais caros das grandes cidades,
novas residências para as famílias nas novas ruas recém abertas, móveis de luxo
mandados vir do Rio, pianos de cauda para compor as salas, as lojas sortidas,
multiplicando-se, o comércio crescendo, bebida correndo nos cabarés, mulheres
desembarcando dos navios, o jogo campeando nos bares e nos hotéis, o progresso
enfim, a tão falada civilização. E dizer-se que essas chuvas agora demasiado
copiosas, ameaçadoras, diluviais, tinham demorado a chegar, tinham-se feito
esperar e rogar! Meses antes, os coronéis levantavam os olhos para o céu
límpido em busca de nuvens, de sinais de chuva próxima. Cresciam as roças de
cacau, estendendo-se por todo o sul da Bahia, esperavam as chuvas
indispensáveis ao desenvolvimento dos frutos acabados de nascer, substituindo
as flores nos cacauais. A procissão de São Jorge, naquele ano, tomara o aspecto
de uma ansiosa promessa coletiva ao santo padroeiro da cidade. (Jorge Amado,
Gabriela, Cravo e Canela)
De acordo com o texto, o comércio do cacau
a) Não alterava a vida dos filhos dos coronéis.
b) não mudava a rotina da cidade.
c) negava o princípio de civilização
d) Interessava apenas os coronéis
e) Fundamentava o progresso da cidade
De acordo com o texto, o comércio do cacau
a) Não alterava a vida dos filhos dos coronéis.
b) não mudava a rotina da cidade.
c) negava o princípio de civilização
d) Interessava apenas os coronéis
e) Fundamentava o progresso da cidade
TEXTO PARA LEITURA
Leia
com atenção estes trechos sobre o Romance
Gabriela
Texto crítico
Desde o segundo dia
na casa de Nacib, já dormiam juntos à noite, e assim, ele morria em seus braços
ardentes e corpo insaciável. Para Nacib, o fogo de sua pele morena cor de cravo
e cheiro de canela estava cravado no seu corpo, que não queria perder.
Ao se analisar o titulo da obra Gabriela, Cravo e Canela, é possível perceber ao apelo de sentido a que se remete, improvisando - se saboroso com exaltadas sugestões de paladar (cravo, canela), a que não pode ser considerada estranha insinuação, assim como (cor) que evidencia uma preferência de estilo, a morena, como tipo ideal de mulher, de fêmea. Gabriela é a morena tropical, cor de canela que se constitui no tipo ideal de beleza mestiça, reunindo encantos físicos peculiares da branca e negra, expandindo beleza e sensualidade.
Ao se analisar o titulo da obra Gabriela, Cravo e Canela, é possível perceber ao apelo de sentido a que se remete, improvisando - se saboroso com exaltadas sugestões de paladar (cravo, canela), a que não pode ser considerada estranha insinuação, assim como (cor) que evidencia uma preferência de estilo, a morena, como tipo ideal de mulher, de fêmea. Gabriela é a morena tropical, cor de canela que se constitui no tipo ideal de beleza mestiça, reunindo encantos físicos peculiares da branca e negra, expandindo beleza e sensualidade.
Gabriela nutria
sentimentos por seu Nacib, era contente "Era bom dormir com ele, a cabeça
descansando em seu peito cabeludo, sentindo nas ancas o peso da perna do homem
gordo e grande, um moço bonito" (p.180), mas, não queria ver-se casada com
ele, questionava os moldes patriarcalistas, como exemplo, o casamento. Não
entendia certas convenções sociais e não queria adaptar-se a elas, gostava de
manter relações amorosas com seu patrão, mas não queria assumir uma postura de
mulher casada, até mesmo, por sentir-se inferior a ele, pensava que não possuía
atributos de uma senhora.
Era uma mulher que
aspirava por liberdade e a todo o momento resistia aos padrões patriarcais da
sociedade vigente. Seus modos representavam uma rebelião contra o moralismo da
época, além de expressar um caráter libertário que não se enquadrava diante as
boas condutas. Audaciosa, ela germinava novos princípios de comportamento que
até então eram inadmissíveis para as mulheres, pois Gabriela primava pela vida
de solteira e por sua liberdade
Trecho da obra
"Era bom dormir com ele, a cabeça descansando
em seu peito cabeludo, sentindo nas ancas o peso da perna do homem gordo e
grande, um moço bonito" (p.180)
gabarito
1.B
2.B
3.A
4.E
gabarito
1.B
2.B
3.A
4.E
segunda-feira, 7 de julho de 2014
UM FORTE NOME PARA O ENEM: Paweł Kuczynski
Olá sangue bom !!!
Mais uma postagem voltada para o ENEM.
Paweł Kuczynski
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Caso você queira consultar o conteúdo da UEPA , localize na seção que contem os meses e publicações. Fica na coluna direita deste blog.
Bora sangue bom !!!
Mais uma postagem voltada para o ENEM.
Paweł Kuczynski
Não sei se conhecem Pawel Kuczynski. O cara é um artista polonês simplesmente genial especializado em ilustrações críticas e muito inteligentes. Nascido em 1976 em Szczecin, Pawel se formou em Artes pela Academia de Belas Artes de Poznan. Ele decidiu apostar na sátira crítica a partir de 2004 e já recebeu diferentes prêmios, quase uma centena de distinções desde então.
A maior parte de suas obras de arte está relacionada com temas
sérios e tem cunho histórico que remetem a pobreza, a fome, a guerra, o
trabalho infantil, a corrupção política, a poluição, a exploração e a
desigualdade social. Mas enquanto o assunto histórico é gritante, a ilustração em si é quase caricatural e satírica sem perder a veia da crítica social ferina e inteligente.
Abaixo você encontrará uma seleção de ilustrações brilhantes de Pawel.
Note que, ás vezes, você olhará uma, outra vez e mais uma para ver o
real conceito da ilustração. É difícil ficar indiferente a sua obra.
Caso queira conhecer mais >>>> site do autor
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sexta-feira, 6 de junho de 2014
SIMULADOS E DICAS PARA O ENEM - parte I
SIMULADOS ENEM ORGANIZADOS PELO PROF. GIL MATTOS
Obrigado por acessar meu blog.
Neste tópico você terá exercícios voltados para a prova do ENEM.
Caso queira estudar os resumos das leituras da UEPA , cheque os meses ABRIL E MAIO na coluna localizada ao lado e procure o conteúdo desejado.
Bora sangue bom !!!!
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ATENÇÃO !!!
GABARITO DOS SIMULADOS AO FINAL DESTE TÓPICO
Bora sangue bom !!!!
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SIMULADO 01
a) ganhavam pouco pelos serviços prestados.
b) usavam muita força física no trabalho rural.
c) plantavam e colhiam para seu próprio benefício.
d) eram solidários na divisão do trabalho.
e) eram na sua maioria escravos.
Nesse trecho da letra da canção Milagres do povo, pode-se identificar:
a) a incorporação de elementos da cultura africana pela cultura brasileira.
b) o contato entre elementos das culturas italiana e brasileira.
c) a incorporação de elementos da cultura indígena pela cultura brasileira.
d) o contato entre elementos das culturas asiática e brasileira.
e) a incorporação de elementos da cultura norte-americana pela cultura brasileira.
a) pobreza do mundo religioso.
b) tristeza do povo religioso.
c) mistura de povos no Brasil.
d) variedade de crenças no Brasil.
e) pouca religiosidade do povo brasileiro.
Ao longo da sua carreira, o compositor e intérprete Fagner acrescentou música ao poema Canteiros, de Cecília Meireles, associando duas manifestações artísticas. Com isso, o compositor:
a) prestigiou tanto a literatura quanto a música popular.
b) divulgou a temática das belezas naturais do Nordeste.
c) valorizou aspectos ainda pouco conhecidos da história do país.
d) prejudicou o valor literário do poema na medida em que o popularizou.
e) empobreceu seu repertório.
No romance O cortiço, enquanto os seres inanimados aparecem humanizados, os humanos aparecem animalizados. Considerando os trechos grifados no texto, assinale a alternativa em que isso se manifesta.
a) o cortiço acordava / fossando e fungando
b) do fio de água que escorria / prender as saias entre as coxas
c) O chão inundava-se / tostada nudez dos braços
d) suspendendo o cabelo todo / metiam a cabeça bem debaixo da água
e) Eram cinco horas da manhã / das bicas era um zunzum crescente
O diminutivo escurinha, empregado na primeira estrofe para caracterizar Siquê, expressa:
a) agressividade. b) ironia. c) carinho.
d) indiferença. e) preconceito.
Nascido em 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro, Vinícius de Moraes foi diplomata, dramaturgo, jornalista, mas se tornou inesquecível para a cultura brasileria com sua vasta obra como poeta e compositor. Conhecido também como Poetinha, teve parceiros como Tom Jobim, Toquinho, João Gilberto e Chico Buarque e foi um dos criadores da Bossa Nova. Ao longo deste ano, Vinícius de Moraes está sendo lembrado em diversas homenagens.
01 No
Enem, é bastante comum observarmos o fenômeno da intertextualidade relacionados
aos textos escolhidos para dada questão. Ocorre quando um texto remete a outro,
contendo em si – muitas vezes – trechos ou temática desse outro com o qual
mantém “diálogo”.
A tela de Tarsila do Amaral apresenta um tema que também se encontra nos versos transcritos em
a) “Pensem nas meninas / Cegas inexatas / Pensem nas mulheres Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)
b) “Somos muitos severinos / iguais em tudo e na sina: / a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)
c) “O funcionário público não cabe no poema / com seu salário de fome / sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)
d) “Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer ser nada. /À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)
e) “Os inocentes do Leblon / Não viram o navio entrar (...) / Os inocentes, definitivamente inocentes / tudo ignoravam, / mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)
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Neste tópico você terá exercícios voltados para a prova do ENEM.
Caso queira estudar os resumos das leituras da UEPA , cheque os meses ABRIL E MAIO na coluna localizada ao lado e procure o conteúdo desejado.
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GABARITO DOS SIMULADOS AO FINAL DESTE TÓPICO
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SIMULADO 01
01- O pintor Cândido Torquato Portinari (Brodowski, 29 de dezembro de 1903 - Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1962) representou em seus quadros muitos problemas sociais do Brasil de sua época. O quadro Café faz uma representação exagerada dos pés e das mãos dos trabalhadores. Tal exagero cumpre a função de sugerir que os trabalhadores:
a) ganhavam pouco pelos serviços prestados.
b) usavam muita força física no trabalho rural.
c) plantavam e colhiam para seu próprio benefício.
d) eram solidários na divisão do trabalho.
e) eram na sua maioria escravos.
02 Leia o texto:
Milagres
do povo
Quem descobriu o Brasil
Foi o negro que viu
A crueldade bem de frente
E ainda produziu milagres
De fé no extremo ocidente
Ojú Obá ia lá e via
Xangô manda chamar
Obatalá guia
Mamãe Oxum chora
Lágrima de alegria
Pétala de Iemanjá
Iansã Oiá ria
Ojú Obá ia lá e via
Ojú Obá ia
Obá
Quem descobriu o Brasil
Foi o negro que viu
A crueldade bem de frente
E ainda produziu milagres
De fé no extremo ocidente
Ojú Obá ia lá e via
Xangô manda chamar
Obatalá guia
Mamãe Oxum chora
Lágrima de alegria
Pétala de Iemanjá
Iansã Oiá ria
Ojú Obá ia lá e via
Ojú Obá ia
Obá
VELOSO,
Caetano. Milagres do povo.
Gravadora Gapa/Warner Chappell, 1985.
Gravadora Gapa/Warner Chappell, 1985.
Nesse trecho da letra da canção Milagres do povo, pode-se identificar:
a) a incorporação de elementos da cultura africana pela cultura brasileira.
b) o contato entre elementos das culturas italiana e brasileira.
c) a incorporação de elementos da cultura indígena pela cultura brasileira.
d) o contato entre elementos das culturas asiática e brasileira.
e) a incorporação de elementos da cultura norte-americana pela cultura brasileira.
3
A
pintora Tarsila do Amaral reproduz, no quadro Anjos, uma dessas cenas, onde se
veem rostos amorenados, representando, com isso, a:
a) pobreza do mundo religioso.
b) tristeza do povo religioso.
c) mistura de povos no Brasil.
d) variedade de crenças no Brasil.
e) pouca religiosidade do povo brasileiro.
4 Leia o texto:
Canteiros
E eu ainda sou bem moço
para tanta tristeza,
Deixemos de coisa,
cuidemos da vida,
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço, Sem ter visto a vida.
E eu ainda sou bem moço
para tanta tristeza,
Deixemos de coisa,
cuidemos da vida,
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço, Sem ter visto a vida.
MEIRELES,
Cecília. Canteiros. In: Raimundo Fagner ao vivo. Ed. Warner Chappel, 2000.
Ao longo da sua carreira, o compositor e intérprete Fagner acrescentou música ao poema Canteiros, de Cecília Meireles, associando duas manifestações artísticas. Com isso, o compositor:
a) prestigiou tanto a literatura quanto a música popular.
b) divulgou a temática das belezas naturais do Nordeste.
c) valorizou aspectos ainda pouco conhecidos da história do país.
d) prejudicou o valor literário do poema na medida em que o popularizou.
e) empobreceu seu repertório.
5 Leia
o texto:
Eram
cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua
infinidade de portas e janelas alinhadas. (...) Daí a pouco, em volta das bicas
era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns,
após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria
da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já
prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez
dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o
alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pelo, ao
contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas
e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão (...).
AZEVEDO,
Aluísio. O cortiço. São Paulo: Ática, 1987.
No romance O cortiço, enquanto os seres inanimados aparecem humanizados, os humanos aparecem animalizados. Considerando os trechos grifados no texto, assinale a alternativa em que isso se manifesta.
a) o cortiço acordava / fossando e fungando
b) do fio de água que escorria / prender as saias entre as coxas
c) O chão inundava-se / tostada nudez dos braços
d) suspendendo o cabelo todo / metiam a cabeça bem debaixo da água
e) Eram cinco horas da manhã / das bicas era um zunzum crescente
6 Leia
o texto:
Cunhantã
Vinha do Pará
Chamava Siquê.
Quatro anos. Escurinha. O riso gutural da raça.
Piá branca nenhuma corria mais do que ela.
Tinha uma cicatriz no meio da testa:
- Que foi isso Siquê?
Com voz de detrás da garganta, a boquinha tuíra:
- Minha mãe (a madrasta) estava costurando
Disse vai ver se tem fogo
Eu soprei eu soprei eu soprei não vi fogo
Aí ela se levantou e esfregou com minha cabeça na brasa
Riu, riu, riu...
Uêrêquitáua.
O ventilador era a coisa que roda.
Quando se machucava, dizia: Ai Zizus!
Vinha do Pará
Chamava Siquê.
Quatro anos. Escurinha. O riso gutural da raça.
Piá branca nenhuma corria mais do que ela.
Tinha uma cicatriz no meio da testa:
- Que foi isso Siquê?
Com voz de detrás da garganta, a boquinha tuíra:
- Minha mãe (a madrasta) estava costurando
Disse vai ver se tem fogo
Eu soprei eu soprei eu soprei não vi fogo
Aí ela se levantou e esfregou com minha cabeça na brasa
Riu, riu, riu...
Uêrêquitáua.
O ventilador era a coisa que roda.
Quando se machucava, dizia: Ai Zizus!
BANDEIRA,
Manuel. Estrela da vida inteira.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
O diminutivo escurinha, empregado na primeira estrofe para caracterizar Siquê, expressa:
a) agressividade. b) ironia. c) carinho.
d) indiferença. e) preconceito.
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DICAS
IMPORTANTES PARA O ENEM
Manuel Bandeira
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom
humor,
Imagino Irene
entrando no céu:
- Licença, meu
branco!
E São Pedro
bonachão:
- Entra Irene. Você
não precisa pedir licença.
A
começar da primeira estrofe, uma frase toda feita de enumeração, sem verbo, com
a repetição do substantivo Irene, numa anáfora caracterizadora da
expressividade com que pretende jogar diante dos nossos olhos a figura central
do poema. Sem falar nas elipses da segunda estrofe, ou no jogo estilo
indireto / estilo direto, observamos na conjugação do verbo entrar
("Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.") uma violência à
norma gramatical: afinal de contas,
entra é forma de imperativo de segunda pessoa do singular, e você,
embora pronome de segunda, exige, por razões etimológicas, flexões de terceira.
Então o poeta errou? Claro que não. Violentou a norma, em nome do efeito
expressivo. O fato mesmo de o pronome você
ser de segunda pessoa explica não apenas o uso que do verbo faz o poeta,
mas a frequência com que nós, brasileiros, mesmo os conhecedores de
português, confundimos as formas pronominais. Ora, em tratando o poema de quem
trata, aquele aparente erro traduz a naturalidade e o afeto com que o poeta
marca as palavras do santo porteiro do céu. Ele põe nos lábios de São Pedro
termos que, pelo seu significado socialmente convencional, colocam Irene à
vontade, sem cerimônia, no momento de seu ingresso na morada eterna. E repare
que o adjetivo bonachão,
o simples da expressão Licença, meu
branco, popular, coloquial, típica do personagem, como que autorizam a
forma entra.
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DESAFIO DO GIL
Tente interpretar estas pinturas modernistas
CÂNDIDO
PORTINARI – OS RETIRANTES
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A NEGRA
Tarsila do Amaral
gabarito ao final dos simulados desta postagem
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SIMULADO 02
01
A
partir da segunda metade do século XIX o capitalismo industrial desenvolveu-se
de forma acelerada em
diversos
países da Europa ocidental. Esse
desenvolvimento teve profunda influência na constituição das ciências humanas,
enquanto campo de conhecimento fundado
em bases científicas, mas também se refletiu no campo das artes, com diversos
pintores abordando a temática do trabalho e
das
condições de vida das classes trabalhadoras. De
ntre
esses artistas encontra-se Edvard Munch (1863-1944), que procurou traduzir os
efeitos desse cotidiano sobre os trabalhadores no quadro Operários na saída da fábrica.
Com
base na imagem e nos conhecimentos sobre o tema
,
assinale a alternativa que apresenta a interpreta ção que remete à condição
geral à que estavam submetidos os operários
fabris
na transição do século XIX para o século XX, na Europa.
a)
“Meu coração encontrava sua felicidade em meu trabalho; é o fruto que dele eu
retirava.” (Antigo Testamento, Eclesiastes)
b)
“O trabalho afasta de nós três grandes males: a
contrariedade,
o vício e a necessidade.” (Voltaire, Candido)
c)
“É necessário trabalhar [...], uma vez que, tudo
bem
verificado, trabalhar é menos fastidioso do que se divertir.” (Charles
Baudelaire, Jornais Íntimos )
d) “Escravo do trabalho, não somente em nós homens/
Que verdadeiros filhos do sofrimento e de misérias
somos.” (Ronsart, Hino à Morte)
e)
“Nenhum homem, segundo a ordem da Natureza, nasceu para o trabalho infrutífero/
Nenhum [homem] para
a
felicidade sem trabalho.” (Mirabeau, Os Economistas)
02
Com
base na análise da imagem, assinale a alternativa correta:
a)
Tarsila se refere às diferentes etnias que constituíram o corpo de
trabalhadores, possibilitando o desenvolvimento industrial de São Paulo.
b)
Tarsila se refere às raças e culturas que compõem o país, especialmente na
cidade de Belo Horizonte.
c)
Tarsila recorre ao tema étnico para dar vazão ao sentimento xenófobo que
vigorava na arte brasileira, na década de trinta.
d)
Tarsila reflete sobre o valor da indústria nacional,
pois
as pessoas estão na frente da fábrica esperando para ir trabalhar.
03
Cândido
Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infância,
descreve os pés dos trabalhadores.
Pés
disformes. Pés que podem contar uma história. Confundiam-se com as pedras e os
espinhos. Pés
semelhantes
aos mapas: com montes e vales, vincos como rios. (...) Pés sofridos com muitos
e muitos quilômetros de
marcha.
Pés que só os santos têm. Sobre a terra, difícil era distingui-los. Agarrados
ao solo, eram como alicerces, muitas
vezes
suportavam apenas um corpo franzino e doente.
(Cândido
Portinari, Retrospectiva, Catálogo MASP)
As
fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza e do homem americano e
a crítica social foram temas que
inspiraram
muitos artistas ao longo de nossa História. Dentre estas imagens, a que melhor
caracteriza a crítica social contida no texto de Portinari é
A
B
C
D
E
04 Leia o texto que segue, de Jorge
Amado, e responda ao que se pede.
Naquele ano de 1925, quando floresceu o idílio da mulata Gabriela
e do árabe Nacib, a estação das chuvas tanto se prolongara além do normal e
necessário que os fazendeiros, como um bando assustado, cruzavam-se nas ruas a
perguntar uns aos outros nos olhos e na voz: Será que não vai parar?
Referiam-se às chuvas, nunca se vira tanta água descendo dos céus, dia e noite,
quase sem intervalos. Mais uma semana e estará tudo em perigo. A safra inteira.
Meu Deus! Falavam da safra anunciando-se excepcional, a superar de longe todas
as anteriores. Com os preços do cacau em constante alta, significava ainda
maior riqueza, prosperidade, fartura, dinheiro a rodo. Os filhos dos coronéis
indo cursar os colégios mais caros das grandes cidades, novas residências para
as famílias nas novas ruas recém abertas, móveis de luxo mandados vir do Rio,
pianos de cauda para compor as salas, as lojas sortidas, multiplicando-se, o
comércio crescendo, bebida correndo nos cabarés, mulheres desembarcando dos
navios, o jogo campeando nos bares e nos hotéis, o progresso enfim, a tão
falada civilização. E dizer-se que essas chuvas agora demasiado copiosas,
ameaçadoras, diluviais, tinham demorado a chegar, tinham-se feito esperar e
rogar! Meses antes, os coronéis levantavam os olhos para o céu límpido em busca
de nuvens, de sinais de chuva próxima. Cresciam as roças de cacau,
estendendo-se por todo o sul da Bahia, esperavam as chuvas indispensáveis ao
desenvolvimento dos frutos acabados de nascer, substituindo as flores nos
cacauais. A procissão de São Jorge, naquele ano, tomara o aspecto de uma
ansiosa promessa coletiva ao santo padroeiro da cidade. (Jorge Amado, Gabriela,
Cravo e Canela)
De acordo com o texto, o comércio do cacau
a) Não alterava a vida dos filhos dos coronéis.
b) não mudava a rotina da cidade.
c) negava o princípio de civilização
d) Interessava apenas os coronéis
e) Fundamentava o progresso da cidade
De acordo com o texto, o comércio do cacau
a) Não alterava a vida dos filhos dos coronéis.
b) não mudava a rotina da cidade.
c) negava o princípio de civilização
d) Interessava apenas os coronéis
e) Fundamentava o progresso da cidade
05 Leia o trecho extraído de Gabriela, cravo e
canela, obra de
Jorge Amado.
O marinheiro sueco,
um loiro de quase dois
metros, entrou no
bar, soltou um bafo pesado de álcool
na cara de Nacib e
apontou com o dedo as garrafas de
“Cana de Ilhéus”. Um
olhar suplicante, umas palavras
em língua impossível.
Já cumprira Nacib, na véspera,
seu dever de cidadão,
servira cachaça de graça aos
marinheiros. Passou o
dedo indicador no polegar, a
perguntar pelo
dinheiro. Vasculhou os bolsos o loiro
sueco, nem sinal de
dinheiro. Mas descobriu um broche
engraçado, uma sereia
dourada. No balcão colocou
a nórdica mãe-d’água,
Yemanjá de Estocolmo. Os
olhos do árabe fitavam
Gabriela a dobrar a esquina por
detrás da Igreja.
Mirou a sereia, seu rabo de peixe.
Assim era a anca de
Gabriela. Mulher tão de fogo no
mundo não havia, com
aquele calor, aquela ternura,
aqueles suspiros,
aquele langor. Quanto mais dormia
com ela, mais tinha
vontade. Parecia feita de canto e
dança, de sol e luar,
era de cravo e canela. Nunca mais
lhe dera um presente,
uma tolice de feira. Tomou da
garrafa de cachaça,
encheu um copo grosso de vidro,
o marinheiro
suspendeu o braço, saudou em sueco,
emborcou em dois
tragos, cuspiu. Nacib guardou no
bolso a sereia
dourada, sorrindo. Gabriela riria contente,
diria a gemer:
“precisava não, moço bonito ...” E
aqui termina a
história de Nacib e Gabriela, quando
renasce a chama do
amor de uma brasa dormida nas
cinzas do peito.
No texto, o autor relaciona a cultura nacional à
estrangeira, buscando, por meio da comparação, estabelecer equivalências entre
elas. O trecho do texto que indica esse tipo de comparação é
a) Passou o dedo
indicador no polegar ...
b) ... servira
cachaça de graça aos marinheiros.
c) No balcão colocou
a nórdica mãe-d’água ...
d) ... e apontou com
o dedo as garrafas de “Cana de
Ilhéus”.
e)Um olhar
suplicante, umas palavras em língua impossível.
06 - A peça Fonte foi criada
pelo francês Marcel Duchamp e apresentada em Nova Iorque em 1917.
A transformação de um urinol em obra de arte representou,
entre outras coisas,
(A) a alteração do sentido de um
objeto do cotidiano e uma crítica às convenções artísticas então vigentes.
(B) a crítica à vulgarização da arte
e a ironia diante das vanguardas
artísticas do final do século XIX.
(C) o esforço de tirar a arte dos
espaços públicos e a insistência
de que ela só podia existir na
intimidade.
(D) a vontade de expulsar os
visitantes dos museus, associando
a arte a situações constrangedoras.
(E) o fim da verdadeira arte, do
conceito de beleza e importância
social da produção artística.
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SIMULADO 03
Estejam atentos a este texto para o ENEM ou questões sobre ativismo social
50
anos do discurso de Martin Luther King
“Eu tenho um sonho de que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos dos donos de escravos poderão se sentar juntos à mesa da fraternidade”.
“Eu tenho um sonho de que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos dos donos de escravos poderão se sentar juntos à mesa da fraternidade”.
Essas frases foram
ditas por Martin Luther King para milhares de pessoas que se reuniram em agosto
de 1963 em Washington, nos Estados Unidos, para ouvir um de seus mais
conhecidos discursos. O ativista foi um dos principais líderes do movimento
pelos direitos civis dos afro-americanos e defensor do pacifismo. No ano
seguinte, o Congresso Americano aprovou a Lei dos Direitos Civis e King se
tornou o mais jovem vencedor do Prêmio Nobel da Paz, aos 35 anos. ( após esta leitura , analise a questão 03
deste material )
Ano passado esperavamos algo sobre o poeta Vinícius de Moraes. Mas de qualquer forma ele tem sua força sempre para o ENEM
Aguarde questões sobre o poetinha
Centenário de
Vinícius de Moraes
Nascido em 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro, Vinícius de Moraes foi diplomata, dramaturgo, jornalista, mas se tornou inesquecível para a cultura brasileria com sua vasta obra como poeta e compositor. Conhecido também como Poetinha, teve parceiros como Tom Jobim, Toquinho, João Gilberto e Chico Buarque e foi um dos criadores da Bossa Nova. Ao longo deste ano, Vinícius de Moraes está sendo lembrado em diversas homenagens.
QUESTÕES
Desiguais
na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são
iguais enquanto frente de trabalho. Num dos contos, as chaminés das
indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos
colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar
infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.
A tela de Tarsila do Amaral apresenta um tema que também se encontra nos versos transcritos em
a) “Pensem nas meninas / Cegas inexatas / Pensem nas mulheres Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)
b) “Somos muitos severinos / iguais em tudo e na sina: / a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)
c) “O funcionário público não cabe no poema / com seu salário de fome / sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)
d) “Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer ser nada. /À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)
e) “Os inocentes do Leblon / Não viram o navio entrar (...) / Os inocentes, definitivamente inocentes / tudo ignoravam, / mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)
02
Considere os trechos que seguem e as afirmações a seu respeito:
Minha namorada
Carlos Lyra – Vinícius de Moraes
Se você quer ser minha namorada
Ah! que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer.
Por você
Frejat – M. Barros – M. Sta. Cecília
Por você
Eu dançaria tango no teto
Eu limparia os trilhos do metrô
Eu iria a pé do Rio a Salvador
Eu aceitaria a vida como ela é
Viajaria a prazo pro inferno
Tomaria banho gelado no inverno
(...)
Eu mudaria até o meu nome
Eu viveria em greve de fome
Desejaria todo dia a mesma mulher.
I. O primeiro texto, dos anos 60, e o segundo, da
década de 90,apresentam por parte do eu-lírico o desejo de viver intensamente
uma relação amorosa.
II. Em "Minha namorada", uma canção da
Bossa Nova, o eu-lírico estabelece condições para vivenciar a experiência
amorosa ao lado da pessoa escolhida.
III. Em "Por você", o lírico sujeita-se
às maiores penas para viver seu amor.
IV. O exagero que caracteriza ambos os textos pode
sugerir a
profundidade do sentimento amoroso envolvido.
Quais estão corretas?
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e III.
c) Apenas I, II e III.
d) Apenas I, III e IV.
e) I, II, III e IV.
Resposta: E.
I – observe a expressão “somente minha”, que remete
à intensidade.
II – observe o oitavo verso.
III – observe o quarto verso, por exemplo.
IV – observe, por exemplo, o último verso do
primeiro texto e o
penúltimo do segundo tex
03
Leia o
fragmento textual a seguir a marque a alternativa correta em relação a
sua análise:
Navio Negreiro – Tragédia no Mar
Era um sonho dantesco!...o
tombadilho
Que das luzernas
avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros...estalar
de açoite...
Legiões de
homens negros como a noite,
Horrendos a
dançar...
Negras mulheres, suspendendo as tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das
mães:
Outras, moças,
mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoas
vãs! (Castro Alves)
(A)
O tom grandiloqüente, quase retórico, do poema ilustra o
estilo condoreiro de Castro Alves. O condoreirismo, influência de Victor Hugo,
foi tendência da última geração do Romantismo brasileiro, mais voltado para o
aspecto social, em superação ao egocentrismo angustiado da geração anterior.
(B) O poema registra o tratamento da temática amorosa em Castro Alves, marcado
pelo tom do prazer erótico, da presença da morte e da dor, tal como seus
antecessores da segunda geração.
(C) O poema ilustra que Castro Alves se tornou conhecido
como o poeta dos escravos não somente pela denúncia da escravatura, mas,
também, por ter acolhido, em sua lírica, os sentimentos do homem negro em
equivalência aos do homem branco, retratando o negro como herói, como amante,
como ser integralmente humano.
(D) O poema marca a fase indianista do poeta
(E) O poema expressa o Mal do Século
04
GENTE HUMILDE
Tem certos dias em que eu penso em minha gente
E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Como um desejo de eu viver sem me notar.
Igual a como quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar.
São casas simples com cadeiras na calçada
E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda flores tristes e baldias
Como alegria que não tem onde encostar.
E aí me dá uma tristeza no meio peito
Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente
É gente humilde - que vontade de chorar.
(Garoto, Vinícius de Morais e Chico Buarque de
Hollanda) 1969
As
cadeiras nas calçadas nos transmitem a idéia de
a) abandono
b) relaxo
c) desocupação
d) familiaridade, espírito comunitário
a)
aquecimento ao
sol
05. Com relação à Gente
Humilde, Vinicius procura descrever:
I-
o
contexto do povo brasileiro, no qual apenas o simples pensar chega a lhe causar
aperto no peito
II-
diversas
contradições: Porque parece que
acontece de repente .Como um desejo de eu
viver sem me notar, isto é, significando sua existência no mundo e ao mesmo
tempo ele quer viver sem ser conhecido, sem ter status, sem ter identidade.
III-
Um
sentimento de inveja de não compartilhar da mesma classe social (aí me dá uma
inveja dessa gente) no sentido de que “essa gente” tem como estereotipo ser
lutador ainda sem ter com o que lutar (que vai em frente sem nem ter com que
contar)
a)apenas
I b) I e II c) todas certas d) apenas II certa
06
Vai, minha tristeza
e diz a ela que sem ela não pode ser / Diz-lhe numa prece / Que ela regresse /
Porque não posso mais sofrer / Chega de saudade / A realidade é que sem ela /
Não há paz, não há beleza / É só tristeza e a melancolia / Que não sai de mim /
Não sai de mim / Não sai... / Mas se ela
voltar / Se ela
voltar / Que coisa linda / Que coisa louca / Pois há menos peixinhos a nadas no
mar / Do que os beijinhos que eu darei na sua boca / Dentro dos meus braços os abraços
/ Hão de ser milhões de abraços / Apertado assim, colado assim, calado assim, /
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim / Que é pra acabar com esse negócio
/ De você viver sem mim /
Não quero mais esse
negócio / De você longe de mim / Vamos deixar desse negócio / De você viver sem
mim...
Vinícius de Moraes
1957
Na
letra de Chega de Saudade:
I-O
trecho diz-lhe numa prece que ela regresse porque não posso mais sofrer reflete
uma particularidade do povo brasileiro, que, nos momentos de dificuldade,
procura resolver religiosamente (numa prece), mostrando que se deve fazer uma
oração pedindo que ela retorne, pois o poeta não pode mais sofrer
II-Sem
o objeto amado não existe beleza, pois no imaginário do poeta, a impressão que
se tem é que seu contexto só tem exis
tência
por causa dela e novamente atribui à ausência
dela o fato de sentir-se triste (é só tristeza) e finda o fragmento posicionado
que sente uma melancolia que não sai dele
e
para que o sentimento seja reafirmando com veemência o poeta repete a mesma
frase várias vezes: não sai de mim, não sai de mim, não sai...como se quisesse
que o leitor não
esquecesse
esse sentimento, mostrando o que a saudade pode fazer com quem a sente
III-Pois
há menos peixinhos a nadar no mar do que os beijinhos que darei na sua boca”,
aqui o poeta utiliza o diminutivo
que além de deixar o texto gracioso, provoca uma leveza no texto em contraste
com as estrofes anteriores. Neste seguimento é possível percebe que o “Ela”, a
quem o autor se referia o tempo todo na poesia, designava pessoa e não coisa.
a)apenas
I b) I e II c) todas certas d) apenas II certa
gabarito após o simulado 4
SIMULADO 04
A IMPORTÂNCIA DA PROSA MODERNISTA ( Geração de 30 )
ROMANCE
DE 30
foi um termo criado para designar o conjunto de obras publicadas entre
1928 e 1945. No grupo dos romancistas de 30 (ou neo-regionalistas, como
também foram chamados), estavam escritores como Jorge Amado, Graciliano
Ramos e Raquel de Queiroz.
Texto
I
Agora
Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia
preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse
isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. (…) Tinha aqueles cambões
pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia
mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando
crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados,
maltratados, machucados por um soldado amarelo.
Graciliano
Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23. ed., 1969, p. 75.
Texto II
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos.O que Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes.
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos.O que Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes.
Luís
Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2,
2001, p. 254.
Questão
1
A
partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das informações do texto II,
relativas às concepções artísticas do romance social de 1930, avalie as
seguintes afirmativas.
1.
O
pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo regionalismo pitoresco,
transforma-se em protagonista privilegiado do romance social de 30.
2.
A
incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a tendência da ficção
brasileira da década de 30 de tentar superar a grande distância entre o
intelectual e as camadas populares.
3.
Graciliano
Ramos e os demais autores da década de 30 conseguiram, com suas obras,
modificar a posição social do sertanejo na realidade nacional.
É
correto apenas o que se afirma em:
(A)
I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III.
Gabarito
e comentário sobre a questão:
Letra
D. A
prosa da segunda geração modernista evidenciou as injustiças sociais da
década de 1930 e a miséria decorrente da seca nordestina. Assim, personagens
pobres que, antes eram retratados como serviçais ou vistos como
elementos sociais exóticos, são elevados à categoria de
protagonistas. Em Vidas secas, temos um retrato do sertanejo
depois da grande seca que assolou o Nordeste em 1915 – tema
também abordado por Raquel de Queiroz em sua obra O quinze.
Questão
2
No texto II,
verifica-se que o autor utiliza
(A) linguagem
predominantemente formal, para problematizar, na composição de Vidas
Secas, a relação entre o escritor e o personagem popular.
(B) linguagem
inovadora, visto que, sem abandonar a linguagem formal, dirige-se
diretamente ao leitor.
(C) linguagem
coloquial, para narrar coerentemente uma história que apresenta o roceiro
pobre de forma pitoresca.
(D) linguagem formal
com recursos retóricos próprios do texto literário em prosa, para analisar
determinado momento da literatura brasileira.
(E) linguagem
regionalista, para transmitir informações sobre literatura, valendo-se de
coloquialismo, para facilitar o entendimento do texto.
Gabarito e
comentário sobre a questão:
Letra A. O texto,
fragmento de um artigo em que se analisa a obra Vidas secas,
é escrito em linguagem formal, obedecendo ao
registro “culto” da língua portuguesa. A questão estabelece um
contraponto entre a inovação linguística do texto literário
e o texto acadêmico.
Questão
3 - Observe o texto abaixo:
Fazendeiro
de cana
Minha
terra tem palmeiras? Não.
Minha
terra tem engenhocas de rapadura e cachaça
e
açúcar marrom, tiquinho, para o gasto.
[...]
Tem
cana caiana e cana crioula,
cana-pitu,
cana rajada, cana-do-governo
e
muitas outras canas de garapas,
e
bagaço para os porcos em assembleia grunhidora
diante
da moenda
movida
gravemente pela junta de bois
de
sólida tristeza e resignação.
As
fazendas misturam dor e consolo
em
caldo verde-garrafa
e
sessenta mil-réis de imposto fazendeiro.
Carlos Drummond de Andrade.
Assinale
a alternativa incorreta:
Carlos Drummond de Andrade, neste poema, valendo-se das linguagens desenvolvidas pelo Modernismo:
Carlos Drummond de Andrade, neste poema, valendo-se das linguagens desenvolvidas pelo Modernismo:
a)
retoma a linguagem do poema romântico, de maneira simétrica e linear, apontando
a ideologia nele subjacente.
b)
retoma parodisticamente um importante poema do Romantismo brasileiro.
c)
faz, em relação ao romântico, uma ruptura ao nível da consciência e ao nível da
linguagem.
d)
satiriza o sentimento ufanista, comum aos poetas românticos.
e)
desmitifica a visão ingênua dos românticos, operando uma leitura crítica da
realidade.
ALGUNS TEXTOS ( em fragmentos )
DO AUTOR QUE MAIS VEZES FOI UTILIZADO NA
PROVA DE LINGUAGEM DO ENEM
---------------------------------------------------------------
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
----------------------------------------------------------------
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
...
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
...
...
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
...
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
...
...
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Chega
um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu
amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude
trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não
abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem
enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
...
Preso à minha classe e a algumas
roupas,
vou de branco pela rua cizenta.
Melancolias, mercadorias,
espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa
justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus
poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
Vomitar este tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam pra casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o
perdem.
...
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam
anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua!
...
É feia. Mas é uma flor. Furou o
asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
Trabalhas sem alegria para um mundo
caduco,
onde as formas eas ações não enceram
nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos
universais,
sentes calor e frio, falta de
dinheiro, fome e desejo sexual.
...
Caminhas por entre os mortos e com
eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e
negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores
horas de amor.
Ao telefone perdeste muito,
muitíssimo tempo de semear.
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes
esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos
dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma
história.
não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem
vista na janela.
não distribuirei entorpecentes ou cartas de
suicida.
não fugirei para ilhas nem serei raptado
por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo
presente, os homens presentes,
a vida presente.
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que
amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos,
Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria
ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com
J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
...
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
“ Eu tenho Fé. Eu não desisto.
Eu
sou de Deus . Eu sou de Cristo”
( Kleber
Lucas )
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Gabarito
das aulas anteriores
SIMULADO 01 - B–A-C-A-A-C
SIMULADO 02 - D-A-E-E-C-A
SIMULADO 03 - B-E-A-D-C-C
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